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Augusteum – Roma |
Trechos do livro “Comer, Rezar, Amar” em Português:
“Considero muito reconfortante a resistência do Augusteum, o fato de essa estrutura ter tido uma história tão atribulada e, mesmo assim, ter sempre conseguido se ajustar à loucura específica de cada época. Para mim, o Augusteum é como alguém que levou uma vida totalmente louca – alguém que talvez tenha começado como dona de casa, depois inesperadamente ficado viúva, em seguida virado dançarina para ganhar dinheiro, de alguma forma tenha se tornado a primeira dentista mulher do espaço sideral, e depois tentado a sorte na política – e que, mesmo assim, conseguiu manter intacta a consciência de si próprio durante cada reviravolta.
Olho para o Augusteum e penso que, no final das contas, talvez a minha vida na verdade não tenha sido tão caótica assim. É apenas este mundo que é caótico e nos traz mudanças que ninguém poderia ter previsto. O Augusteum me alerta para eu não me apegar a nenhuma idéia inútil sobre quem sou, o que represento, a quem pertenço ou que função eu poderia ter sido criada para executar. Sim, eu ontem posso ter sido um glorioso monumento a alguém – mas amanhã posso virar um depósito de fogos de artifício. Até mesmo na Cidade Eterna, diz o silencioso Augusteum, é preciso estar preparado para tumultuosas e intermináveis ondas de transformação.”
“Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma… então a verdade não lhe será negada.” – Elizabeth Gilbert