Texto: Liliana Tinoco Bäckert Foto: RossHelen
Muita gente não sabe, mas ir embora do país de origem significa ter que se reinventar. É necessário se desconstruir e reconstruir para poder lidar com a nova cultura e se integrar às diferenças; semelhante ao camaleão, que troca de cor, mas continua sendo ele mesmo. Assim é o imigrante, precisa manter sua identidade, seus valores, mas deve aprender a mudar de comportamento dependendo de onde esteja ou com quem fale.
Aliado a isso, tem que lidar com nova língua, recentes vizinhos, desconhecidos, novo trabalho – tudo que se integre à lista de novidades vividas pelo recém chegado. Na ida, as referências precisam ser deixadas para trás. O cérebro e a atenção precisam abandonar o velho para abrir espaço para o novo, o que dispende muito esforço cognitivo e emocional. Mas a isso dá-se o nome de aprendizado de uma nova forma de viver. Um outro ser nascerá dessa experiência.
Esse cidadão irá desempenhar um novo papel social. A mulher que era super profissional no seu país, por exemplo, talvez tenha que atuar como dona de casa durante um determinado tempo. A que trabalhava com um time específico, precisará lidar com outras pessoas totalmente diferentes e com situações desconhecidas; outras vêm de família muito humilde e necessitarão aprender a viver com mais fartura, com marido estrangeiro, a aguentar o frio… É uma lista enorme de mudanças que recaem sobre o imigrante em vários aspectos de sua vida. Todos os exemplos trazem uma outra cascata de modificações que irão desconstruir o ser de antes e transformar em um repaginado.
O fato é que essa tentativa de ambientação pode vir acompanhada de dor, sensação de desajuste e de muito esforço desprendido para sentir-se bem em um local que nunca foi referência.
Diante do desafio, só nos resta a aceitação, tanto do novo papel social quanto do recente eu que surge da experiência no exterior. Seja flexível como o bambu e camuflado como o camaleão, dobre-se para se inserir e adapte-se de acordo com a ocasião. Aproveite para aprender, estudar, conhecer novas pessoas e se reciclar. Desate os nós do seu velho mundo e aproveite o mundo que se abriu para você. Sem cobranças, sem muita comparação, respeitando os seus limites e os impostos pela situação.
Eu amo as postagens do Brasileiros Mundo afora!
Se pudesse colecionaria todas as edições da revista. Infelizmente já tentei, mas não foi possível.
Mas estou sempre lendo os artigo e aprendo muito, valiosíssimas lições para meu dia-a-dia.
Nunca sai do Brasil, mas sou nordestina e vivo há quatro anos no sudeste, o que já é, diga-se de passagem, uma grande mudança.
Espero, quem sabe, um 24 de novembro qualquer (meu aniversário) receber uma edição de vocês… Seria um misto de honra, alegria e gratidão. Quem sabe?
Abraços a toda equipe. Fiquem com Deus e sejam merecedores do sucesso que Ele pode lhes dar.