Fotos: Arquivo pessoal |
No começo enfrentei muitas dificuldades com o idioma. Eu não sabia falar alemão, trabalhava em inglês, espanhol e português, fazendo contatos com pessoas do mundo inteiro e principalmente da América Latina, onde meus projetos se concentravam. Mas as reuniões internas e os contato com os colegas aconteciam em alemão. Várias vezes me vi sentada numa mesa de reuniões sem entender quase nada. Eu me sentia muito mal. Também estranhei muito a cultura corporativa alemã, que é bem diferente e muito mais hierárquica do que no Brasil, pelo menos onde eu trabalhei. No geral, acho que os brasileiros levam as coisas com mais leveza, mas trabalham muito mais horas que os alemães. Aqui eles passam o dia inteiro estressados, mas quando chega a hora de ir para casa ninguém quer nem saber. Não tem muito aquela mentalidade “escrava” do Brasil. Para os alemães, o trabalho é tão importante quanto o tempo livre. Em termos de remuneração e, dependendo do cargo, penso que no Brasil se ganha melhor, mas se gasta muito com a vida cara. Na Alemanha você ganha menos, mas os impostos voltam em forma de serviços públicos eficientes. Então você paga pouco por saúde, educação e lazer. No final, acho que dá no mesmo.
Que conselho você daria para quem está se mudando para o exterior?
Eu aprendi muito trabalhando aqui. Quando mudamos de país, passamos muito tempo tentando nos reinventar, tentando encontrar e entender quem é aquela nova pessoa. É um momento de muita reflexão, de olhar para si mesmo sob uma nova ótica. Eu acabei indo pelo mesmo caminho que seguia no Brasil, mas se alguém quer tentar algo novo, a mudança de país pode ser super favorável. Já que tem tanta coisa mudando, então aproveite o embalo.
Quando mudamos de país, mudamos também a lente com que estamos acostumados a ver o mundo. Talvez com essas novas lentes seja possível enxergar coisas na vida profissional antes nunca percebidas.
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