Foto: Claudia Bömmels |
Um parque de diversões é para uns um lugar mágico, para outros um inferninho: as luzes muito claras, a música muito alta, a comida muito doce e tudo muito caro. Uma vez no ano eu vou a um parque desses.
Onde eu cresci o nosso parque de diversões era a natureza. Um lugar fantástico e onde tudo era possível. Sem luzes, sem barulho, muitas frutas e bem baratinho. Talvez por ser tão contraditório, o parque de diversões exerce sobre mim, pelo menos nessa uma vez por ano, uma força mágica.
Quando eu cruzo os portões de entrada, minha alma deixa de ser adulta e tudo é festa. Onde mais eu posso ser criança sem me sentir ridícula? Eu vou em todos os carrosséis, como todos os doces que jamais comeria se estivesse no mundo real, grito muito na montanha russa e me emociono em ver a cidade aos meus pés do alto da roda gigante.
Foto: Claudia Bömmels |
No fim da noite, quando vou embora com a alma lavada e adulta novamente, olho pra trás: vejo tantas luzes estridentemente claras, ouço o som alto irritante, a conciência pesa por ter comido tantos doces e o bolso está vazio.
O que fica é aquele sentimento singular e raro: ser criança de novo não tem preço. Ano que vem não vou deixar de ir. Quando cruzar o portão de entrada, com os bolsos cheios e fome de doce, um mundo mágico vai por algumas horas se abrir para mim novamente.
Beijocas
Claudia
Foto: Claudia Bömmels |